Livro sobre arte moderna analisa obra de Odilla Mestriner
‘Um Modernismo que veio Depois’ vai ser lançado no Marp com a presença do autor
A artista plástica ribeirão-pretana Odilla Mestriner morreu há três anos, mas deixou uma obra original e instigante que, infelizmente, ainda não teve o devido reconhecimento no cenário nacional e - porque não? - internacional. Na opinião do conterrâneo Tadeu Chiarelli, professor, crítico de arte e diretor do Museu de Arte Contemporânea da USP em São Paulo, Odilla merece ocupar um lugar de destaque na história das artes do País.
"Penso que até hoje seu trabalho não teve a recepção que merecia. A complexidade de sua obra, sobretudo o período que vai dos anos 1950 aos 1970, merece estudos mais aprofundados", diz Chiarelli, em entrevista por e-mail.
O professor vem a Ribeirão Preto no próximo dia 30 para o lançamento de seu livro "Um Modernismo que veio Depois", no qual um dos capítulos ao trabalho da artista. Publicado pela editora Alameda, o livro traz textos escritos por Chiarelli entre 1995 e 2008 e que seguem uma ordem cronológica, obedecendo à passagem do tempo e da história da arte oficial. Ou seja, percorre de Anita Malfatti, pioneira do Modernismo nacional, até os artistas do início da segunda metade do século passado.
O professor vem a Ribeirão Preto no próximo dia 30 para o lançamento de seu livro "Um Modernismo que veio Depois", no qual um dos capítulos ao trabalho da artista. Publicado pela editora Alameda, o livro traz textos escritos por Chiarelli entre 1995 e 2008 e que seguem uma ordem cronológica, obedecendo à passagem do tempo e da história da arte oficial. Ou seja, percorre de Anita Malfatti, pioneira do Modernismo nacional, até os artistas do início da segunda metade do século passado.
"No entanto, como foram escritos em momentos diferentes, que não seguem a mesma ordem cronológica, eles podem ser lidos à medida do interesse do leitor. Como se fosse um ‘Jogo de Amarelinha’, lembrando o livro de [Júlio] Cortázar", informa, referindo-se ao clássico do escritor argentino que dá ao leitor a opção de ser lido em qualquer ordem.
Diálogos
Chiarelli busca traçar algumas questões importantes da arte brasileira do período, como, por exemplo, os diálogos entre abstração e figuração que marcam aquele momento da arte no Brasil e, sobretudo, o que ele chama de caráter "conservador" do modernismo de 1922.
Chiarelli busca traçar algumas questões importantes da arte brasileira do período, como, por exemplo, os diálogos entre abstração e figuração que marcam aquele momento da arte no Brasil e, sobretudo, o que ele chama de caráter "conservador" do modernismo de 1922.
E onde Odilla se encaixa nisso tudo? "O fato de dedicar um estudo sobre ela, penso que deixa claro a importância que credito à sua obra. E isso não apenas pela obra ‘em si’ de Odilla, mas como, a partir dela, é possível pensar na complexidade do fenômeno artístico assumido no Brasil após a Segunda Guerra", argumenta.
Para o autor, é necessário um trabalho conjunto entre poderes públicos e o Instituto Odilla Mestriner para manter a obra da artista em destaque. "Certamente novas gerações de estudiosos irão se debruçar sobre ela para, por meio de sua obra, pensar a complexidade de sua poética no cenário geral da arte do período", comenta.
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