quarta-feira, 18 de abril de 2012

Inhotim - Artes

Mecenas nunca foram muito comuns na história brasileira. Por aqui, são raros os donos de grandes fortunas que se preocuparam, efetivamente, com arte ou cultura. E puseram a mão na massa – e no bolso – para construir museus, bibliotecas ou universidades.

Daí a importância do trabalho que Bernardo Paz vem fazendo, há mais de uma década, no Inhotim. De maneira discreta, “sem tocar tambor”, como ele mesmo gosta de dizer, o colecionador mineiro revolucionou o mundo das artes plásticas. E pôs a pequena cidade de Brumadinho, a 60 quilômetros de Belo Horizonte, no centro do debate da arte contemporânea mundial.

O problema é que Inhotim acabou muito dependente da figura de seu patrono, como ele mesmo reconhece. O próprio Paz decidiu aplicar, em seu instituto, um instrumento hoje muito usado em museus de todo o mundo: lançou o Amigos do Inhotim, projeto com o qual pretende arrecadar fundos para sustentar as despesas do instituto. Em outras palavras: ele quer mais “mecenas” para Inhotim, vindos da sociedade civil, e não apenas das grandes empresas.



                        

“O Inhotim teve seu começo como uma iniciativa particular minha. Mas, desde 2006, tornou-se um espaço público quando se transformou numa Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)”, diz Paz, que teve a ideia de criar o lugar ainda em 1995, quando se viu confrontado com a morte depois de sofrer um derrame em Paris. “Ele foi construído na base da persistência e com os meus próprios recursos. Mas acho que a manutenção e a perenidade de um lugar assim exigem o envolvimento de diversos setores da sociedade, seja o estado, a iniciativa privada ou a sociedade civil.”

Segundo o diretor-executivo do Inhotim, Hugo Vocurca, o custo para manter a instituição de portas abertas é de aproximadamente R$ 24 milhões por ano. Um valor que, nem de longe, é coberto com a venda de ingressos de quem visita o local. “Dessa despesa, 75% vem de recursos do próprio Bernardo. Uma situação insustentável no longo prazo”, analisa o economista que, desde 2009, se juntou ao instituto depois de ter sido Secretário Municipal de Educação de Belo Horizonte durante a gestão do prefeito Fernando Pimentel.

O projeto Amigos do Inhotim prevê uma contribuição anual de seus participantes. "Conseguir garantir o acesso a esse patrimônio cultural e ambiental a toda a sociedade é um dos nossos mais importantes desafios”, conta Hugo. “Daí a importância do Amigos do Inhotim”.

Disponivel em: www.revistaencontro.com.br/revista/edicao/119/cultura/a-maior-obra-do-inhotim.html
Acessado em: 18 de abril de 2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.