Jac Leirner
Os processos de realização das obras de Jac Leirner costumam passar
por um tempo onde a artista realiza uma longa coleta de objetos comuns,
freqüentemente ligados ao universo do consumo. Ao criar os trabalhos,
insere esses objetos do cotidiano no circuito artístico, retirando-os do
fluxo previsto e atribuindo-lhes, portanto, outros significados. A
atividade de colecionadora pode ter longa duração: algumas séries
levaram 15 anos para ser concluídas. Na década de 1980, realiza uma
série de trabalhos com papel-moeda. Em “Os Cem” (1987) utiliza notas de 100 cruzeiros. As células são furadas, presas em longas tiras e espalhadas pelo chão. Já em “Corpus Delicti”
(1985-1993) reúne objetos roubados de aviões de carreira, como
cinzeiros, que são ligados por uma corrente, de maneira a evocar uma
jóia. A obra de Jac Leirner dialoga com a arte minimalista e a Arte Pop.
O colorido, as figuras conhecidas por todos que habitam a cultura de
massa, típicas da Pop, estão ali. A organização em série de pequenos
elementos características do minimalismo, também. Note-se, porém, que
sua obra traz um forte sentido poético e autobiográfico – aspectos que
não costumamos ver em manifestações das vertentes citadas. Os legados de
Duchamp e da arte construtiva também podem ser vistos como influências
que articulam a estrutura da obra de Leirner.
Forma-se em artes plásticas pela Faap, onde leciona entre 1987 e
1989. Em 1991, atua como artista residente no Walker Art Center, em
Minneapolis, nos Estados Unidos. No mesmo ano, na Inglaterra, é
professora convidada da Universidade de Oxford e artista residente no
Museu de Arte Moderna da mesma cidade. Integrou a 5° Bienal do Mercosul,
Porto Alegre, RS, 2005.
Fonte: disponível em: http://www.cultura.gov.br/brasil_arte_contemporanea/?page_id=101
Data de acesso: 02/08/2012
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