domingo, 1 de julho de 2012

Arte de rua transforma Londres em galeria a céu aberto


Paredes da capital britânica reúnem obras criativas e irreverentes realizadas por grafiteiros e artistas urbanos.


A arte de rua em Londres oferece mistérios, personagens emblemáticos e até mesmo rixas históricas. O que nasceu como manifestação artística marginal é hoje parte da paisagem da capital britânica, com direito a autores de grafites cujos nomes são internacionalmente reconhecidos.
Esta é a quarta da série de galerias semanais que a BBC Brasil vem publicando nas semanas que antecedem a abertura dos Jogos Olímpicos de 2012.
Os temas das galerias foram escolhidos pelos jornalistas da BBC Brasil para retratar ângulos pouco conhecidos da capital britânica que servem como exemplo da diversidade e da singularidade da cidade.
Americano Mr Brainwash, pseudônimo de Thierry Guetta, tem vários trabalhos espalhados pelas ruas londrinas. Ele ganhou destaque após ter sido retratado no filme do grafiteiro Banksy, ''Exit Through The Gift Shop''. Mr Brainwash costuma retratar ícones pop e personalidades em recriações irônicas. Esta imagem dos Beatles, que ocupa uma parede no movimentado bairro de Holborn, perto do British Museum, foi feita à plena luz do dia (Foto: BBC)Americano Mr Brainwash, pseudônimo de Thierry Guetta, tem vários trabalhos espalhados pelas ruas londrinas. Ele ganhou destaque após ter sido retratado no filme do grafiteiro Banksy, ''Exit Through The Gift Shop''. Mr Brainwash costuma retratar ícones pop e personalidades em recriações irônicas. Esta imagem dos Beatles, que ocupa uma parede no movimentado bairro de Holborn, perto do British Museum, foi feita à plena luz do dia (Foto: BBC)
Nesta galeria, o grafite e a arte de rua foram escolhidos como temas porque traduzem bem o espírito irreverente, a criatividade e ousadia que caracterizam a Londres moderna. E o melhor de tudo é que as obras aqui mostradas são gratuitas e estão espalhadas por toda a cidade.
Banksy, o mais célebre dos artistas urbanos britânicos é ainda hoje o nome mais conhecido do ofício. Suas obras estão espalhadas por diferentes pontos da cidade, em especial pelo leste londrino.
Mas ele também se tornou pivô de um duelo de artistas de rua. King Robbo, um mítico grafiteiro da cidade, teve um de seus grafites adulterados pelo lendário artista da cidade de Bristol e, desde então, vem se dedicando a passar seus jatos de spray por cima de obras de Banksy ou criar obras suas em cima das feitas pelo arquirrival.
O britânico Ben Slow, que mora em Londres, diz procurar retratar o ambiente urbano e as ''pessoas que habitam a cidade que amo''. Nesta obra sem título em Hanbury Street, no leste da cidade, perto de Brick Lane, ele põe lado a lado um skinhead com um muçulmano de origem asiática, como que destacando os extremos da vida urbana britânica (Foto: BBC)O britânico Ben Slow, que mora em Londres, diz procurar retratar o ambiente urbano e as ''pessoas que habitam a cidade que amo''. Nesta obra sem título em Hanbury Street, no leste da cidade, perto de Brick Lane, ele põe lado a lado um skinhead com um muçulmano de origem asiática, como que destacando os extremos da vida urbana britânica (Foto: BBC)
Além de nomes consagrados, a arte de rua londrina é célebre também por atrair artistas de diferentes partes do mundo, desde americanos até nomes de diferentes partes da Europa, que, muitas vezes, contam com obras em diferentes pontos da cidade.
Elas oferecem comentários irônicos sobre o dia-a-dia londrino, sobre a política do país e satirizam a sociedade britânica e personalidades do páis, não poupando nem mesmo a rainha e seus filhos e netos.
A despeito de ser um cartão postal da Londres moderna, a arte de rua ainda está muito associada à transgressão, como contou à BBC Brasil Joseph Epstein, um designer que se dedica a fotografar imagens de arte urbana e postá-las em seu site (www.ldngraffiti.co.uk).
A obra do artista Zadok, ainda incompleta, começou a ser criada no chamado ''Encontro de Estilos'' de 2011. Trata-se de um festival anual realizado pelo coletivo End of The Line, que reúne, como o próprio nome já diz, grafiteiros e artistas urbanos de estilos distintos em um único espaço, chamado The Studios, situado no bairro de Islington, no norte da cidade. Na ocasião, os visitantes podem ouvir música e conferir novas obras. (Foto: BBC)A obra do artista Zadok, ainda incompleta, começou a ser criada no chamado ''Encontro de Estilos'' de 2011. Trata-se de um festival anual realizado pelo coletivo End of The Line, que reúne, como o próprio nome já diz, grafiteiros e artistas urbanos de estilos distintos em um único espaço, chamado The Studios, situado no bairro de Islington, no norte da cidade. Na ocasião, os visitantes podem ouvir música e conferir novas obras. (Foto: BBC)
''A sorte de cada artista varia em cada região da cidade. Muitas vezes, as administrações regionais pintam por cima dos grafites e tentam descobrir os autores, a fim de processá-los, mas em outros cantos, o trabalho deles é valorizado e os administradores locais procuram até preservá-los''.
O cotidiano da cidade, naturalmente, não escapa aos olhos dos artistas urbanos que usam as paredes das cidades como suas telas.
É o caso de Codefc, que recentemente espalhou pelas cercanias da sede principal dos Jogos de 2012 diferentes grafites que retratam atletas olímpicos com as câmeras que são a marca registrada das peças do autor, no lugar de suas cabeças.

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